CLAUDICAÇÃO INTERMITENTE
1.
O QUE É CLAUDICAÇÃO INTERMITENTE?
Claudicação intermitente é
a dor causada por isquemia (falta de afluxo sanguíneo) muscular,
geralmente manifesto em membro inferiores, uni ou bilateralmente,
nas pernas, ou coxas, ou quadris, a dor manifesta-se com a deambulação
(caminhada) e cede com o repouso.
2.
QUAL A CAUSA DE CLAUDICAÇÃO?
Geralmente
é causado por estreitamentos vasculares (estenoses ateromatosas).
A causa principal são as obstruções vasculares
arteriais nos membros inferiores, determinado por aterosclerose
vascular, porém as vasculites, traumatismos vasculares arteriais
podem também determinar dor a deambulação.
3.
QUAL A INCIDÊNCIA?
Aumenta a incidência com o evoluir da idade,
ao ponto de manifestar sintomas em graus variados em torno de 15%
dos indivíduos com mais de 70 anos. A prevalência aumenta
com o tabagismo, dislipidemias, diabetes, hipertensão arterial.
4.
QUAIS AS CONDIÇÕES ASSOCIADAS QUE AGRAVAM, OU PRECIPITIAM
A CLAUDICAÇÃO INTERMITENTE?
São fatores desencadeantes: hereditariedade, sedentarismo,
obesidade, tabagismo, stress, diabete, dislipidemias...
5.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL?
A claudicação surge com esforço e alivia com
repouso, os movimentos segmentares corporais não modificam
as características da dor. Observamos que a dor surge com
a mesma distancia percorrida e o tempo de alívio é
muito semelhante
6.
COMO SE CLASSIFICA?
Uma
das classificações se faz com base no local da obstrução
: Aorto-ilíaca, Fêmuro-poplítea e Tíbio-fibular,
que apresentam as seguintes características:
SÍTIO |
CLAUDICAÇÃO |
PULSO FEMURAL |
PULSO POPLÍTEO |
PULSOS
DISTAIS |
AORTO-ILIACO |
coxa,nadega e
panturrilha
|
ausente |
ausente |
ausentes |
FÊMURO-POPLITEO |
panturrilha |
presente |
ausente |
ausentes |
TÍBIO-FIBULAR |
nenhum,ou
pé |
presente |
presente |
ausentes |
7.
O QUE É O ÍNDICE TORNOZELO-BRAÇO?
É
também denominado de índice isquêmico, é
obtido aferindo a pressão arterial máxima ao nível
do pé (dorsal do pé, ou tibial posterior), com auxílio
de um aparelho de Dopler portátil e divide-se pela pressão
arterial máxima obtida no braço. Em indivíduos
normais o resultado desta divisão é igual ou superior
a 0,97. Valores menores, indicam estenoses, ou oclusões.
Quando manifesta claudicação o índice situa-se
habitualmente entre 0,5-0,8. Quando há dor isquêmica
de repouso, o índice situa-se inferior a 0,5.
ÍNDICE
TORNOZELO-BRAÇO (ITB) |
VALORES - SIGNIFICADO |
Acima de 0,97 |
NORMAIS |
Entre 0,5-0,8 |
ESTENOSE
SINTOMÁTICA/CLAUDICAÇÃO |
INFERIOR a 0,5 |
ESTENOSE SEVERA c/DOR DE REPOUSO |
8.
COMO PODE SER MINUCIOSAMENTE AVALIADO A CIRCULAÇÃO
DA EXTREMIDADE INFERIOR?
Como
complemento do exame físico, o sistema circulatório
pode ser melhor avaliado com:
- Ecodöppler
(consiste em um exame ultrassonográfico complementado com
o efeito doppler), que oferece informações quando
há estenose acima de 50%
- Arteriografia, permite a análise da anatomia da lesão
em detalhe, com informações das colaterais. Exame
fundamental para um planejamento cirúrgico
- Angiorressonância, oferece informações minuciosas,
talvez maiores que a própria arteriografia
9.
QUAL O TRATAMENTO DA CLAUDICAÇÃO?
Iniciar
sempre pelo tratamento clínico, estimulando as caminhadas,
aquecendo as extremidades com meias e roupas adequadas, evitar as
exposições ao frio climático, suspender imediatamente
o tabagismo, corrigir a hipertensão arterial, corrigir as
dislipidemias, estabilizar o diabetes controlando a glicemia, acrescentar
medicamentos: aspirina 100-200mg/dia, ticlodipina 250mg, pentoxifilina
(800mg/dia), cilostazol (200mg/dia)... conforme o caso e a adequação
clínico-farmacológica instituída e acompanhada
pelo médico. Não havendo resposta adequada, estará
indicado o tratamento invasivo: tratamento endovascular (angioplastia),
revascularização...
10.
QUAL A AÇÃO DO CILOSTAZOL?
O cilostazol
inibe a fosfodieterase celular, determinando vasodilatação,
ação antiagregante plaquetária e inibição
da proliferação da musculatura lisa, ação
antiaterosclerótica
11.
QUAL A RECOMENDAÇÃO PRIORITÁRIA?
- Tratar
precocemente
- Acompanhar periodicamente a evolução clínica
- Avaliação cardiológica é prioritária,
isto porque a doença coronariana concomitante é de
alta incidência, assim como a doença cerebrovascular
que são responsáveis pelos óbitos em 5-10%
dos casos de claudicação intermitente severa.
12.
QUAL A COMPLICAÇÃO HABITUALMENTE SE INSTALA?
Não
havendo resposta adequada, a enfermidade evolui e poderão
instalar-se lesões isquêmicas nas extremidades de difícil
resolução podendo levar a amputações.
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