PÉ
DIABÉTICO
1.
O QUE É PÉ DIABÉTICO?
É uma enfermidade que acomete as extremidades
(pés e/ou pernas) do diabético, caracterizada por
vasculo-neuropatia crônica e progressiva. Há diminuição
da sensibilidade na extremidade comprometida: por neuropatia decorrente
de vasculopatia arterioesclerótica comprometendo pequenos
vasos (dos vasa-vasorum e dos vasa-nervorum). O diabetes tem comumente
vasculopatia com diminuição do calibre das artérias,
inicialmente os de pequeno calibre e com a evolução,
os de maiores calibres desta intercorrência instalam-se as
conseqüências.
2.
O QUE SENTE O PACIENTE?
Inicialmente pode haver diminuição
dos reflexos tendinosos (patelar, ou calcâneo), diminuição
das sensibilidades térmica e dolorosa na extremidade comprometida.
E esta diminuição de sensibilidade é a porta
aberta para as lesões acidentais do membro comprometido.
Surgem lesões com características diferentes, geralmente
plantares, com uma peculiar manifestação que é
o forte odor desagradável. Usualmente lesões úmidas,
fétidas, inicialmente descamativas, como uma calosidade que
se desfolha.
3.
QUAL O TRATAMENTO?
O tratamento mais importante é o preventivo:
- suspenda o FUMO, ele agrava, ou instala as doenças
vasculares arteriais
- examinar diariamente os pés, identificando pequenas lesões
o mais precoce possível
- cuidar o calçado, eliminando compressões, corpos
estranhos, costuras inadequadas, traumatizantes...
- secar muito bem os pés após a lavagem, valendo-se
de um secador de cabelo como auxiliar da secagem com toalha. Usar
pós secantes.
- evitar calçados de material sintético, ou borracha,
que provocam maior suor dos pés
- identificar fissuras, micoses, rachaduras interdigitais e tratá-las
adequadamente
- cuidar muito o corte das unhas e calosidades; nunca cortar calos
plantares, só lixá-los com lixas de pés
Uma vez instalada a lesão é prioritário:
* Controle glicêmico rigoroso (dieta, hipoglicemiantes,
ou insulina)
* Tratamento da lesão (assepsia, medidas cicatrizantes complementares)
* Avaliação da vascularização da extremidade
(ecodopler, arteriografia...)
* Tratar a eventual vasculopatia (clínica, ou cirurgicamente)
4.
QUAIS AS COMPLICAÇÕES?
A evolução pode ser desastrosa. O
pé diabético tem que ser encarado como uma afecção
MUITO grave, que pode evoluir para uma amputação.
As infecções instaladas podem ser gravíssimas
causadas por bactérias agressivas, ocasionalmente multiresistentes
aos antibióticos. Situação que pode levar o
paciente até a morte, por septicemia, com choque e falência
dos órgãos.
Veja um caso grave, que após muito empenho,
tratamento e adesão do paciente resultou em bom resultado:
5.
CONCLUSÃO?
Na sequência de fotos acima, constata-se que
a evolução foi favorável, foram 10 meses de
muita paciência, dedicação e total colaboração
do paciente, que resultou em situação até favorável.
Houve manutenção da integridade do membro, com perda
funcional discreta e a amputação do 2º e 3º
dedos, apenas. Fica o registro: é fundamental a PREVENÇÃO.
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